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O blog se chamava Calor demas na ilha de Ursos, mas mudou de nome graças a esse post:

"Eu disse que ia falar sobre os paus fake, né? Já achava todo esse consumismo sexual completamente ridículo, mas isso foi demais pra mim: o accomodator. Será possível que alguém consegue ficar sério numa situação dessas? Ou será que eu não tenho senso de humor nenhum? Se alguém me aparece com uma coisa dessas, sei lá, acho que eu ia virar personagem de história de agourento:

- Ela tinha saúde perfeita, até que uma noite, saiu com um cara e ele apareceu com um accomodator. Começou a rir, rir, rir e caiu morta.

Ninguém acreditaria nele, e é por isso que eu sempre digo que a realidade é muito mais absurda do que a ficção."

Ficou muito mais horny.

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Isso foi lindo

Sei lá, vivo dizendo isso então achei melhor gravar. Cada vez que alguém me disser uma coisa linda, é só vir aqui, clicar e ouvir. hahahah Super-interativo e hiper-multi-mídia.

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NDE = não dá para encarar

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A ilha pode ser de Ursos, de Rinocerontes ou de Whatever.

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Ilha de Ursos

A Ilha de Ursos é uma ilha deserta onde eu sou a Deusa e visto apenas canga e mais nada e meus súditos pescam para mim, lambem meus pés e usam sarongue, não necessariamente nessa ordem. Enquanto não me mudo para lá, a verdadeira Ilha de Ursos é essa aí:



Minha sala, meu pentiuzinho amado (ele não é lindo?), minha cadeira que tomou chuva outro dia, minha cortina de renda branca igual a da música do Fagner, etc.

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A teoria da inacessibilidade

A teoria da inacessibilidade tenta explicar as estranhas razões que levam um ser humano a só querer o que não consegue ter. Inacessibilidade parece ser sinônimo de qualidade, de prazer, de satisfação (por mais contraditório que isso possa parecer). Cheguei a essa incrível e original conclusão depois de observar o comportamento humano no meu café.

Eu costumava ter pão de queijo lá, mas acabava comendo todos, porque ninguém pedia. Alguns dias eu pensava "acho que hoje ninguém vai querer pão de queijo" e não assava nenhum. Claro que aí eles queriam. Às vezes tinha, mas aí queriam croissant. E quando tinha croissant, queriam pão de queijo. E se tinha café queriam chá, se tinha Coca queriam Pepsi e muitos queriam coisas que nunca teve e nunca terá, como cartões telefônicos, suspiro, pilhas e sanduíche natural.

Cheguei a pensar em esconder os pães de queijo. Tinha certeza de que, se eles não estivessem à mostra, alguém pediria, só de sacanagem. E eu histericamente diria: "tá aqui, ó, escondi, pensou que me enganava? Dessa vez eu te peguei." Mas nunca cheguei a fazer isso, não sou tão louca assim haaahaha.

Meu sangue alemão me compeliu a filosofar sobre o assunto, mas confesso que ainda não sei porque cazzo as pessoas querem o que não tem. Eu mesma só quero o que não tem e desprezo o que tem. Sei lá.

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Carecas demais na ilha de Ursos

O Careca 1 é o Antônio.



Ele mora ali no prédio em frente e não sai da janela. Eu odeio ele porque tira minha liberdade e até fiz um blog pra ele, para me vingar. Ele tinha uma namorada, a Rosângela. Eu ria pra caraio escrevendo aquilo, mas cansei. Já me acostumei com ele, para dizer a verdade. Nem ligo mais. Passo pela janela e se ele está lá eu digo "falaê, Antônio".

O Careca 2 é aquele fdp do zelador do prédio que fica em cima do café, esse aí da foto:



O Careca 3 é um amigo do Careca 2 e aluno da Rose, a professora de inglês que mora no prédio em cima do café. Ele não tem mais aulas de inglês então nunca mais o vi. Que bom.

Não me lembro mais quem são o Careca 4, 5 e 6.

O Careca 7 é um ótimo cliente do café e até que não seria de se jogar fora, se não fosse careca. Estamos ficando íntimos, nos vemos praticamente todos os dias. No começo pensei que ele fosse um criminoso disfarçado, mas era apenas imaginação minha.

O Careca 8 é novo na história. Por enquanto só sei que ele é gordo, careca, baixinho e visita o site penisenlargement.com. hahahhahha eu sei que vou para o inferno.

O Careca 9. Ele tem 20 anos, coitado. Ele tem umas "penugens" em cima da careca e cabelo fininho no resto da cabeça, todo bagunçado, esvoaçante. Cabelinhos claros e compridos. Parece cabelo de nenê. Eu sei a idade dele porque ele me trouxe o currículo dele, se eu precisar contratar alguém. Coitado. Feio pra caraio. O currículo dele é uma tristeza, também.

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O negão escroto

Tem um negão muito brega que de vez em quando vem aqui. É um pé no saco, ele vem, me cumprimenta, pede um refrigerante e quer ficar conversando. Ele sempre tem uma história trágica, todo mundo que ele conhece morreu de uma hora para outra, caiu duro assim de repente de uma coisa fulminante qualquer hhahahahha. Se eu fosse do tipo que acredita em olho-gordo e essas merdas, nossa, ele fica falando assim "a gente não sabe o dia de amanhã. Não adianta nada ter saúde". Ah, e ele me contou que uma vez um médico disse para ele que ele só tinha 6 meses de vida. O médico morreu duas semanas depois e ele está vivo até hoje hahahahha. Ele tem uma cara estranha, parece mesmo um tipo agourento. Mas eu não sou impressionável.

Mais ridículo foi quando eu estava ali com a vizinha, lá na frente, ele passou na rua e gritou "oi amor, tudo bem?" hahahhahah essa foi foda.

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Urso 1

O Urso 1 era um leitor que me escrevia e-mails tarados (ou era um tarado que me escrevia e-mails, não sei). A gente tinha um tesão alucinado um pelo outro, mas foi uma paixão virtual que acabou no real.

Urso 2

Cliente do café, mora no prédio que fica em cima. Ele costuma usar camiseta regata, mas de vez em quando aparece sem camisa, só pra se exibir hahaahah. Tem tatuagens que mal se vê, devido à inacreditável quantidade de pêlos que cobre toda a superfície do seu corpão (pelo menos a parte que vi, sei lá, nem quero pensar no que não vi hahahaha). Ele não é de se jogar fora, não, mas aquela pelagem é foda.

Urso Filho

O filho dele é o ursinho mais unbearable da face da Terra. Vocês estão duvidando que ele seja tão chato, né? Então clica aqui* e imagina ter que ouvir isso 3 horas por dia, que é o tempo médio que eles ficam lá jogando. Ele não é apenas chato, ele é burrinho e encrenqueiro. Tem 9 anos e mora em Minas com a mãe dele, graças a Deus vai embora amanhã.

(*) Tá, a voz é minha, mas é assim que ele fala (e eu estou rouca hoje).

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O mendigo do guardanapo



Ele sempre aparecia lá no café, pegava a "televisão" de guardanapos, punha na cabeça e dava uma sambadinha. Catava um monte de guardanapos e ia embora dando risada. Depois da terceira vez que ele fez isso, resolvi perguntar:

- Por que você faz isso?
- ahahahaha.

Mas não havia diálogo possível. O cara é doido.

Eu achava que, sendo mendigo, deveria precisar de papel para, bom, vocês sabem. Mas não, na verdade ele utiliza os guardanapos para fins mais nobres. Entrou uma vez lá, pegou um guardanapo e começou a enrolar um baseado, na minha frente, na frente de todo mundo.

- Dá pra ir enrolar isso lá fora?

Ele foi e depois disso, tudo começou a fazer sentido. Isso explica porque ele dança com a televisão na cabeça, porque ele usa casaco num calor de 40 C e anda sem camisa no inverno. Também explica porque nunca se entende o que ele diz.

Uma vez eu estava meio entediada e pensei em propor uma troca pra ele. Sei lá, uns 50 guardanapos por um baseadinho. Então, quando ele apareceu para pegar os guardanapos, eu disse:

- Você tem um baseado aí?

Ele me olhou como se eu fosse uma criminosa, uma marginal, mesmo, e foi embora. Caraca, que fim de linha o meu hahahahhaha.

Hoje em dia, já me acostumei com ele. O Careca 2 fica lá na frente e não deixa ele entrar mais, mas quando ninguém está olhando ele vem, eu já pego um guardanapo e dou pra ele. Nem há mais necessidade de showzinho e tentativas de diálogos.

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Ilha de Ursos